Temer: salvo pelo acidente da Chapecoense |
Para o presidente
Michel Temer, a queda do avião da Chapecoense na Colômbia, apesar
da tragédia, acabou sendo um excelente negócio. Com o governo citado em
denúncias de tráfico de influências e corrupção envolvendo dois
dos aliados mais próximos, o ex-ministro Geddel Vieira Lima
(Secretaria de Governo), e Eliseu Padilha (Casa Civil), os dois do
PMDB, partido do mandatário, o foco da imprensa e mesmo da população
nas mídias sociais foi direcionado ao acidente, o que foi comemorado discretamente no Planalto.
Temer vinha sendo
duramente criticado por ter cobrado do ex-ministro da Cultura,
Marcelo Calero, uma medida irregular que garantisse um interesse
particular de Geddel, que comprou um apartamento de alto luxo em
Salvador cuja obra foi embargada pelo IPHAN, órgão subordinado à
Cultura.
Veja: Lava-Jato chegou em José Serra |
De acordo com
gravações em posse de Calero e da Polícia Federal, Temer, Geddel e
Padilha pressionaram o ex-aliado a enviar o caso à Advocacia-Geral
da União, onde o trio conseguiria reverter a decisão técnica e
liberar o arranha-céu de Geddel, de 30 andares, em uma área tombada
pelo patrimônio histórico em Salvador.
Essa semana, a
revista Veja também adiantou que outro ministro de Temer, o
chanceler José Serra (PSDB), é um dos citados por ter recebido
dinheiro de corrupção na delação premiada da Odebrecht na
Operação Lava-Jato.
Somando-se a isso,
deputados aliados tentavam ainda aprovar, às pressas, uma medida que
anistia o crime de caixa dois em campanhas eleitorais, mas mudaram de
opinião após pressão pública.
Nessa avalanche de denúncias contra o governo, o acidente veio salvar o presidente nos holofotes da corrupção. Pelo menos essa semana.
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