quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Temer proíbe torcida no gramado no velório da Chape

Não, você não leu errado. O presidente Michel Temer (PMDB) decidiu participar do velório coletivo das vítimas da tragédia com o avião da Chapecoense. Por questões de segurança, porém, o Planalto solicitou à diretoria do clube que, ao contrário do que estava previsto inicialmente, os torcedores sejam proibidos de entrar no gramado e se aproximar dos caixões para se despedir de seus ídolos.

O governo federal teme que a série de acusações envolvendo tráfico de influências e caixa dois entre alguns de seus ministros e principais aliados provoque reações do público contra o presidente. O temor aumentou depois que o Congresso Nacional, com apoio dos partidos da base do governo e da oposição, acabou com o projeto anticorrupção enviado pelo Ministério Público com dois milhões de assinaturas. Apenas Psol, Rede e PPS votaram contra a medida.

A Chapecoense ainda não deu uma resposta sobre a exigência de Temer. O assunto está sendo discutido nesta quinta-feira.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Temer comemora tragédia com avião da Chape

Temer: salvo pelo acidente da Chapecoense
Para o presidente Michel Temer, a queda do avião da Chapecoense na Colômbia, apesar da tragédia, acabou sendo um excelente negócio. Com o governo citado em denúncias de tráfico de influências e corrupção envolvendo dois dos aliados mais próximos, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), e Eliseu Padilha (Casa Civil), os dois do PMDB, partido do mandatário, o foco da imprensa e mesmo da população nas mídias sociais foi direcionado ao acidente, o que foi comemorado discretamente no Planalto.

Temer vinha sendo duramente criticado por ter cobrado do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, uma medida irregular que garantisse um interesse particular de Geddel, que comprou um apartamento de alto luxo em Salvador cuja obra foi embargada pelo IPHAN, órgão subordinado à Cultura.

Veja: Lava-Jato chegou em José Serra
De acordo com gravações em posse de Calero e da Polícia Federal, Temer, Geddel e Padilha pressionaram o ex-aliado a enviar o caso à Advocacia-Geral da União, onde o trio conseguiria reverter a decisão técnica e liberar o arranha-céu de Geddel, de 30 andares, em uma área tombada pelo patrimônio histórico em Salvador.

Essa semana, a revista Veja também adiantou que outro ministro de Temer, o chanceler José Serra (PSDB), é um dos citados por ter recebido dinheiro de corrupção na delação premiada da Odebrecht na Operação Lava-Jato.


Somando-se a isso, deputados aliados tentavam ainda aprovar, às pressas, uma medida que anistia o crime de caixa dois em campanhas eleitorais, mas mudaram de opinião após pressão pública.  

Nessa avalanche de denúncias contra o governo, o acidente veio salvar o presidente nos holofotes da corrupção. Pelo menos essa semana.